Relato | João Coimbra



Após a minha estreia a titular nas competições europeias pelo Benfica, em Paris, contra o Paris Saint-Germain, onde apesar da derrota por 2-1 realizei uma boa exibição, recebemos o União de Leiria em casa. Estou no banco e o mister Fernando Santos chama-me para entrar a 20 minutos do fim, numa altura em que estávamos a ganhar por 1-0. Estou perto dele, pronto para ouvir as indicações, e ele pede-me para esperar um pouco. Faço alguns exercícios de aquecimento ali junto ao banco onde aguardo as instruções.

O tempo vai passando… Quando faltavam 10 minutos para o fim do jogo tento acelerar o aquecimento para chamar a atenção e ele continua a dizer para eu esperar. Quando faltam 5 minutos fazemos o 2-0 e eu volto a acelerar e a pensar que seria esse o momento em que iria entrar. Volto a ouvir o “espera mais um pouco”… Entretanto já nem sabia o que fazer em termos de aquecimento e alongamentos ali junto ao banco! Olho para os meus colegas e o Mantorras, sempre pronto para a brincadeira, ria-se da situação à qual eu próprio também achei graça, apesar da minha enorme vontade para entrar.

Minuto 90. O quarto árbitro sobe a placa com 5 minutos de descontos. E o que é que eu volto a fazer? A acelerar o aquecimento para chamar a atenção. Mas, uma vez mais, o mister diz-me para esperar. Passado um ou dois minutos lá me chama para me dar as últimas indicações. Caminho para o quarto árbitro, pronto a entrar, e… termina o jogo sem que eu tivesse sequer entrado.


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Estreou-se com Ronald Koeman no Benfica, mas foi com Fernando Santos que teve mais oportunidades. Esteve cinco épocas no Estoril e conta também com passagens pelo futebol romeno e indiano.



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